O EXTRATIVISMO DO SURURU Mytella strigata (Hanley, 1843) E A PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE COMUNIDADES TRADICIONAIS EM ESTUÁRIOS AMAZÔNICOS DO BRASIL
Autores
Ana Melissa de Moraes Câmara
Paulo Protasio de Jesus
Leuzanira Furtado Pereira
Moisés Henrique Braga Moraes
Josinete Sampaio Monteles
Antonio Izaias Pinheiro Neto
Izabel Cristina da Silva Almeida Funo
Resumo
A extração de mariscos representa uma fonte de subsistência para diversas famílias ao longo da zona costeira do Brasil e o sururu de lama (Mytella strigata) é um dos principais alvos da atividade. As comunidades marisqueiras mantêm uma relação particular com o manguezal e já têm percebido alterações nesse ecossistema como consequência de ações antrópicas. A percepção ambiental que as populações marisqueiras possuem acerca dos mariscos e dos manguezais, associada a pesquisas científicas podem ser úteis na elaboração de planos de manejo adequados para a conservação desse ambiente e das espécies que nele habitam. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi identificar a percepção ambiental dos extrativistas de sururu do município de São José de Ribamar sobre esse molusco e os bancos naturais do mesmo, pretendendo contribuir para o manejo sustentável e a conservação dos estoques de sururu que existem na região. Os dados desta pesquisa foram obtidos através de questionários semiestruturados, e conversas informais feitas em campo. Os marisqueiros de sururu de São José de Ribamar já têm percebido a diminuição da quantidade de sururu nos estoques naturais e alterações no ambiente causadas principalmente pela ação humana. A maioria (60,3%) dos entrevistados prefere capturar os sururus maiores, mas um percentual considerável (38,3%) ainda captura sururus com qualquer tamanho. O manguezal para esses catadores é considerado importante por ser fonte de renda e/ou alimento, local para reprodução dos animais, e, por isso, deve ser preservado. Os pescadores também afirmam que a poluição por lixo ou esgoto, é prejudicial para os mariscos e para a saúde dos marisqueiros. Dessa forma, são necessárias medidas que visem a proteção ambiental e a regulamentação da mariscagem do sururu M. strigata naquela região para promover a proteção dos estoques naturais.
Biografia do Autor
Ana Melissa de Moraes Câmara
Núcleo de Maricultura (NUMAR/IFMA), Licencianda em Ciências Agrárias, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Campus São Luís Maracanã.
Paulo Protasio de Jesus
Núcleo de Maricultura (NUMAR/IFMA), Programa de Pós-Graduação em Entomologia (PPGEnto/UFV).
Leuzanira Furtado Pereira
Núcleo de Maricultura (NUMAR/IFMA), Licenciada em Ciências Agrárias, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Campus São Luís Maracanã.
Moisés Henrique Braga Moraes
Núcleo de Maricultura (NUMAR/IFMA), Bacharelando em Zootecnia, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) – Campus São Luís Maracanã
Josinete Sampaio Monteles
Núcleo de Maricultura (NUMAR/IFMA), Programa de Pós-Graduação em Ecologia (PPGEco/UFPA).
Antonio Izaias Pinheiro Neto
Núcleo de Maricultura (NUMAR/IFMA), Licenciado em Ciências Agrárias, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), Campus São Luís Maracanã.
Izabel Cristina da Silva Almeida Funo
Docente do Departamento de Aquicultura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) – Campus São Luís Maracanã. Coordenadora do Núcleo de Maricultura (NUMAR/IFMA).