FISTULA SECUNDARIA A OVARIOHISTERECTOMIA EM CADELA – RELATO DE CASO

Autores

  • Thaís Vendramini Magalhães
  • Rômulo Francis Estangari Lot

Resumo

A técnica de ovariohisterectomia em cadelas é um procedimento cirúrgico muito realizado na rotina veterinária, com a finalidade de exercer o controle populacional de animais e evitar problemas futuros prevenindo o estro através de um método seguro para os mesmos. Contudo, sabe-se da importância de conhecer as principais complicações após a ovariohisterectomia (OH) para que os responsáveis fiquem atentos a quaisquer tipos de alterações. O tempo entre o procedimento cirúrgico e o aparecimento dos primeiros sinais decorrentes de complicações, é muito variável, além disso, os sinais na maioria das vezes são inespecíficos levando a outras suspeitas pelo Médico Veterinário. O trabalho tem o intuito de relatar um caso de fístula seropurulenta, em região de flanco de uma cadela, secundária a ovariohisterectomia, realizada quatro anos antes do aparecimento da lesào. Foi realizado tratamento com antibióticos e antiinflamatórios no animal, além de procedimento de desbridamento e sutura da ferida com deiscência e recidiva. Durante a investigação, realizou-se exame citológico da lesão, onde sinais de inflamação e ausência de bactérias pela coloração de Gram foram encontrados. Posteriormente, foi realizada biópsia incisional na borda e profundidade da ferida para descartar possíveis afecções bacterianas. Ao exame histopatológico, notou-se infiltrado inflamatório sem áreas de necrose ou presença bacteriana. Os achados laboratoriais associados à topografia da lesão sugeriram possível complicação pós-cirúrgica por lacres plásticos utilizados durante o procedimento de ligadura do pedículo ovariano. Optou-se então, pela técnica de laparotomia exploratória, e durante o procedimento cirúrgico, foi observado e identificado corpo estranho, sendo este, um lacre plástico constituído por náilon, provido de um sistema de travamento unidirecional em sua extremidade proximal, livre no abdômen. Após sua retirada, fez-se tratamento de suporte e não houve recidiva. Contudo, o processo fistuloso pode ser severo e levar meses a anos para acontecer. Deve-se preconizar durante o procedimento cirúrgico de esterilização em cadelas, cuidados como a escolha do material a ser utilizado, dando segurança para o nó durante a ligadura dos vasos, adequada resistência tênsil, baixa reação tecidual, além de ser resistente ao meio onde irá atuar.

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Publicado

2017-10-16