POTENCIAL AGROECOLÓGICO DA AGRICULTURA FAMILIAR DE COMUNIDADES RIBEIRINHAS AGROEXTRATIVISTAS DO MARAJÓ, AMAZÔNIA ORIENTAL
Resumo
Foi conduzido um diagnóstico rural de comunidades ribeirinhas formadas por agricultores familiares e extrativistas em seis municípios do Marajó: Bagre, Breves, Chaves, Gurupá, Portel e São Sebastião da Boa Vista. Essas famílias vivem de pesca artesanal, caça, extrativismo e agricultura, com destaque para a produção de macaxeira. A pesquisa teve por objetivo identificar o potencial agroecológico da agricultura praticada por estes agroextrativistas. Constatou-se que, apesar da frequente prática da queima antes do plantio como técnica principal de preparo do solo na região, fato que enriquece o debate a respeito da real sustentabilidade da agricultura local, estes agricultores não utilizam produtos sintéticos nem fertilizantes químicos, pelo contrário, estão acostumados a fazer a compostagem de produtos orgânicos, além de utilizarem preparados caseiros para afugentar as pragas das lavouras. A agricultura da região pode ser considerada como familiar uma vez que a produção agrícola é voltada principalmente para o consumo da família, sendo produzida em pequena escala, sem uso de maquinários e com mão de obra majoritariamente familiar. É possível afirmar, portanto, que a produção agroextrativista destes povos, em muitas situações, dialoga com os princípios da agroecologia, apresentando, inclusive, potencial para certificação orgânica.