CONHECIMENTO SOBRE FÁRMACOS E PLANTAS TÓXICAS DA POPULAÇÃO DE MARÍLIA, SÃO PAULO, BRASIL.
Resumo
A cada ano, são atendidos inúmeros casos de intoxicação exógena em animais domésticos nas clínicas e nos hospitais veterinários brasileiros. Parte disto deve-se à imprudência dos tutores na busca de alternativas para eliminar pragas ou tentar medicar o próprio animal sem o conhecimento de um profissional. Uma das principais causas de intoxicação pode ser considerada a desinformação da população quanto ao uso adequado dessas substâncias no ambiente doméstico, muitas vezes administradas ou utilizadas sem orientação ou acompanhamento de profissional qualificado, aumentando o risco de intoxicações. O escopo do presente estudo é verificar o nível de conhecimento populacional sobre as principais causas de intoxicações em cães e gatos, como medicação indiscriminada realizada pelos tutores. Sendo realizada por meio de inquérito populacional, com questões fechadas sobre fármacos e plantas tóxicas. As questões em forma de múltipla escolha buscam conceitos a respeito do conhecimento sobre a possibilidade de intoxicações domiciliares, bem como se já vivenciaram algum caso de intoxicação em seus animais. Foram entrevistados 420 indivíduos, verificou-se que 12,14% dos entrevistados relataram já terem observado algum tipo de intoxicação em seus animais, destes indivíduos 56,86% levaram seus animais para atendimento veterinário, 50,98% ofereceram leite como forma de atenuar o quadro tóxico e 41,18% medicaram por conta própria. Ao avaliar o conhecimento sobre fármacos e plantas que têm potencial tóxico para cães e gatos 80,95% dos entrevistados afirmaram que plantas podem ser tóxicas para animais. E 14,05% afirmaram que já administraram aspirina enquanto 29,29% admitiram ter feito o uso de paracetamol, que são fármacos reconhecidamente tóxicos para animais domésticos. Os resultados demonstram que os tutores de cães e gatos do município de Marília possuem conhecimento relativamente aceitável sobre plantas e fármacos potencialmente tóxicos, porém alguns itens como o fornecimento de leite para animais intoxicados deveriam sem melhor elucidados para a população, além do risco de realizarem medicação de seus animais por conta própria . Diante disto torna-se necessário que se haja uma maior orientação durante o atendimento médico veterinário buscando conscientizar os tutores sobre os risco da automedicação e da presença de plantas potencialmente tóxicas em suas residências.