ABORDAGEM DA PROLIFERAÇÃO CELULAR PELA TÉCNICA DE IMUNO-HISTOQUÍMICA COM BIOMARCADOR KI-67 E CARACTERIZAÇÃO HISTOPATOLÓGICA NO CARCINOMA MAMÁRIO FELINO

Mariana Fernandes Jorge, Rubia Mitalli Tomacheuski, Alessandre Hataka, Júlio Lopes Sequeira

Resumo


A neoplasia mamária felina tem altos índices metastáticos e de agressividade, similar aos fatores biológicos do câncer de mama em mulheres. O exame histopatológico é fundamental para o diagnóstico e prognóstico, assim como o estadiamento clínico. Contudo, a imuno-histoquímica é mais fidedigna para mensurar a proliferação celular, sendo forte fator prognóstico e preditivo. O objetivo deste estudo é evidenciar o uso da técnica de imuno-histoquímica para avaliar a proliferação celular, através do uso do anticorpo Ki-67; e ainda descrever os tipos e graus histopatológicos do carcinoma mamário de gatas, seus critérios de malignidade - índice mitótico e invasão vascular. Foram utilizadas 31 amostras de neoplasias malignas de aparecimento espontâneo da glândula mamária de gatas submetidas à mastectomia, adquiridas dos arquivos de dois laboratórios particulares localizados em Campinas-SP e Marília-SP. Confeccionou-se as lâminas a partir de blocos de parafina, com três µm de espessura, coradas com hematoxilina e eosina (HE). O diagnóstico histopatológico foi conduzido por dois patologistas, em momentos distintos, classificando-as quanto ao tipo e graduação, invasão vascular e índice mitótico (IM). A imuno-histoquímica foi realizada com recuperação antigênica térmica e encubação “overnight” na diluição de 1:100 para Ki-67. Dentre os resultados, obteve-se para tipo histopatológico: 41,9% túbulo-papilífero; 45,2% sólido; e 12,9% cribriforme. Com relação à graduação, as amostras foram classificadas em: grau I (GI) 9,7%; grau II (GII) 41,9%; e grau III (GII) 48,4%. A invasão vascular foi observada em 35,5% das amostras, todas GII e GIII. Para índice mitótico: 12,9% das amostras foram IM1; 6,45% IM2; e 80,65% IM3. O índice proliferativo (IP) teve média geral superior à nota de corte (14%), com valor de 32% nos túbulo-papilíferos, e 38% no tipo sólido e cribriforme; e quanto à graduação foram: 23% GI, 39% GII e 36% GIII. Apenas uma das amostras demonstrou Ki-67 abaixo de 14%. A imuno-histoquímica se mostrou o método mais eficaz para predizer a proliferação celular. A graduação histopatológica demonstrou ser mais importante que a classificação de tipos, pois teve melhor representatividade do potencial infiltrativo e metastático.  Porém, a discrepância dos valores de IP sugere realização de novos estudos.


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