SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO: O OLHAR DOS FILHOS
Palavras-chave:
Psicologia, Família, Criança, SeparaçãoResumo
O momento da separação é um proces- so doloroso no qual se elabora o luto da dissolução daquela família e que costuma ser traumático tanto para os filhos quanto para os pais. O fracasso nesta elaboração faz com que se utilizem os filhos como um instrumento para ferir um ao outro. Este trabalho apresenta uma reflexão sobre essas questões na atu- alidade, em especial quando vão se buscar soluções no judiciário. São discutidos e analisados, segundo o método psicanalítico, três casos ilustrando a temática. Romper com o paradigma do “ganhador/ perdedor” do processo é fundamental para que os pais deixem de lado suas questões emocionais mal resolvidas e pas- sem a agir como pais que buscam o melhor para seus filhos. Mas nem sempre isso acontece, como nos casos apresentados. Aponta-se que cabe ao psicólogo atuar como promotor da saúde e da garantia dos direitos fundamentais individuais, inclusive dentro da “arena jurídica”. O ex-casal necessita desvencilhar-se do li- tígio como forma de vínculo, para que possa se ver como pais. Somente desta forma é possível lidar com os feridos do divórcio, para que prossigam vivendo.
Referências
BERNO, Rosely. O trabalho do psicólogo na Vara da Infância e Juventude. In: RAMOS, Magdalena (org.). Casal e família como paciente. São Paulo: Escuta, 1994.
CARTER, B. McGoldrick, M. As mudanças no ciclo de vida familiar: uma estrutura para a terapia familiar. Tradução Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
DOLTO, Françoise. Quando os pais se separam. Rio de Janeiro: Zahar, 2003 (original publicado em 1988).
ESTÉS, Clarissa. Contos dos Irmãos Grimm. Rio de Janeiro: Rocco, 2005. FEDULO, Sandra. Filhos do divórcio. In: CASTILHO, T. (org.). Temas em
terapia familiar. São Paulo: Summus editorial, 2001.
GAY, Peter. Uma vida para nosso tempo. São Paulo: Companhia das Letras,
ROVINSKI, S.L.R. Fundamentos da perícia psicológica forense. São Paulo: Vetor, 2004.
SILVA, Evani Z. M. O necessário reconhecimento do processo de luto na sepa- ração conjugal. In: SHINE, S.K. (org.). Avaliação psicológica e lei. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.
SULLEROT, Evelyne. Que pais, que filhos? Lisboa: Relógio d’água, 1993. VAINER, Ricardo. Anatomia de um divórcio interminável: o litígio como
forma de vínculo. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
