O MOVIMENTO AMBIENTALISTA EM REDE: O USO DAS REDES SOCIAIS VIRTUAIS PELO GREENPEACE COMO INSTRUMENTO DE PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Autores

  • Rafael Santos de Oliveira Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/RS)
  • Gabriela Rousani Pinto Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, RS
  • Yngrid Algarve Vizzotto Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, RS

Resumo

A proporção dos desastres ambientais ocasionados pela despreocupação com a preservação ambiental culminaram na formação e no notável desenvolvimento do movimento ambientalista, em que se observa o protagonismo de ONGs como o Greenpeace. O movimento não esteve imune às transformações ocasionadas pelas novas tecnologias de informação, de forma que a presente pesquisa se propõe a verificar a contribuição do Greenpeace, junto ao movimento ambientalista, para a proteção do meio ambiente, por meio das redes sociais virtuais. Visando a investigar as estratégias adotadas pelo Greenpeace para a difusão de suas campanhas, especialmente por meio do uso do Facebook, a presente pesquisa se constrói de forma dedutiva. Partindo, inicialmente, de uma análise ampla sobre o movimento ambientalista, analisa-se a atuação específica do Greenpeace por meio da observação direta e não participativa do seu site e de sua página no Facebook. Observa-se que os movimentos sociais, em que se insere o ambientalista, constroem-se de maneira autônoma, afastando-se controle das minorias político-econômicas que controlam o poder tradicional, necessidade que é suprida pelas mídias alternativas às tradicionais. Assim, a internet é ferramenta essencial na organização de campanhas, proporcionando que os internautas sejam mais facilmente protagonistas do movimento.

Biografia do Autor

  • Rafael Santos de Oliveira, Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/RS)
    Doutor em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (2010), na área de concentração em Relações Internacionais, com período de realização de Estágio de Doutorado (doutorado-sanduíche) com bolsa da CAPES na Università Degli Studi di Padova - Itália (2009). Mestre em Integração Latino-Americana (Direito da Integração) pela Universidade Federal de Santa Maria (2005) e Graduado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria (2003). Professor Associado I no Departamento de Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em regime de dedicação exclusiva e no Programa de Pós-Graduação em Direito da UFSM (Mestrado). Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Maria (desde 2019). Coordenador do Curso de Direito Diurno da UFSM (2012 a 2019). Coordenador do projeto de pesquisa Ativismo digital e cidadania global (desde 2011). Parecerista ad hoc de diversas revistas jurídicas. Editor da Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM [Qualis A1] (desde 2012). Vice-Coordenador do Núcleo de Pesquisas Prof. Luis Alberto Warat (NPLAW/UFSM). Líder do Grupo de Pesquisas cadastrado no CNPq denominado CEPEDI - Centro de Estudos e Pesquisas em Direito e Internet (www.ufsm.br/cepedi). Membro da Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC). Autor dos livros Direito Ambiental Internacional: o papel da soft law em sua efetivação, Meio ambiente e a agricultura no século XXI e organizador dos livros: Direito Ambiental Contemporâneo: Prevenção e Precaução; Mídias, Direitos da Sociedade em rede; Direito e novas mídias; Direito e novas tecnologias da informação. Atua nas seguintes áreas de pesquisa: ativismo digital e cidadania, novas mídias, ciberespaço, ciberdemocracia, governo eletrônico, direito e internet, direito internacional ambiental. http://orcid.org/0000-0001-5060-9779
  • Gabriela Rousani Pinto, Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, RS

    Pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Direito e Internet (CEPEDI), vinculada ao projeto de pesquisa intitulado Ativismo digital e as novas mídias: desafios e oportunidades da cidadania global. Bolsista Pibic/CNPq. 

  • Yngrid Algarve Vizzotto, Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, RS

    Foi pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Direito e Internet da Universidade Federal de Santa Maria (CEPEDI), cadastrado na plataforma de pesquisas do CNPq. Atuação na linha de pesquisa Ativismo digital e as novas mídias: desafios e oportunidades da cidadania global. Foi bolsista Probic/CNPq. 

Referências

ANEEL. Atlas da Energia Elétrica do Brasil. Brasília: ANEEL, 2008.

BOURDIEU, Pierre. Contrafogos - 2: Por um movimento social europeu. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 Global. 1992. Disponível em: http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global. Acesso em: 20 jun. 2019.

BRASIL. Senado Federal. Sugestão de Lei n.º 6, de 2015. Institui o desmatamento zero no País e dispõe sobre a proteção das florestas nativas. Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/123677. Acesso em: 29 jun. 2019.

CASTELLS, Manuel. Communication Power. New York: Oxford University Press, 2009.

CASTELLS, Manuel. O poder da identidade. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança: movimentos sociais na era da internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

DUPAS, Gilberto. Atores e Poderes na Nova Ordem Global: assimetrias, instabilidades e imperativos de legitimação. São Paulo: UNESP, 2005.

EPE. Inserção da Geração Fotovoltaica Distribuída no Brasil – Condicionantes e Impactos. 2015.Disponível em: http://www.epe.gov.br/mercado/Documents/S%C3%A9rie%20Estudos%20de%20Energia/DEA%2019%20-%20%20Inser%C3%A7%C3%A3o%20da%20Gera%C3%A7%C3%A3o%20Fotovoltaica%20Distribu%C3%ADda%20no%20Brasil%20-%20Condicionantes%20e%20Impactos%20VF%20%20(Revisada).pdf. Acesso em: 23 jun. 2019.

FBOMS. Meio ambiente e desenvolvimento. Uma visão das ONGs e dos Movimentos Sociais Brasileiros: Relatório do Fórum de ONGs Brasileiras preparatório para a Conferência da Sociedade Civil sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Fórum de ONGs Brasileiras. Rio de Janeiro: O Fórum, 1992

GLOBO NATUREZA. Artista recria a obra de Da Vinci no Ártico por alerta à mudança do clima. 2011. Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/09/artista-recria-obra-de-da-vinci-no-artico-em-alerta-mudanca-do-clima.html. Acesso em: 05 maio 2019..

GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais e redes de mobilizações civis no Brasil contemporâneo. 5 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação, v. 16, n. 47, maio-ago, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v16n47/v16n47a05.pdf. Acesso em: 25 jun. 2019.

GREENPEACE. 20 anos em ação. 2016. Disponível em: <http://www.Greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/20-anos-em-acao/>. Acesso em: 05 maio 2019.

GREENPEACE. Dia da Mobilização Nacional pelo Desmatamento Zero. 2015. Disponível em: http://www.Greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Dia-da-Mobilizacao-Nacional-pelo-Desmatamento-Zero/. Acesso em: 23 jun. 2019.

GREENPEACE. O surgimento do Greenpeace. 2019. Disponível em: http://www.Greenpeace.org/brasil/pt/quemsomos/Greenpeace-no-mundo/. Acesso em: 13 jun 2019.

JACOBI, Pedro. Meio ambiente e redes sociais: dimensões intersetoriais e complexidade na articulação de práticas coletivas. Revista de Administração Pública. v. 34, n. 6, 2000. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/view/6353/4938. Acesso em: 25 jun. 2019.

LEIS, Héctor Ricardo. O labirinto: ensaios sobre ambientalismo e globalização. São Paulo: Gaia; Blumenau: Fundação Universidade de Blumenau,1996.

MACHADO, Aletheia de Almeida. A. Ambiental internacional: A construção social do acidente químico ampliado de Bhopale da convenção174 da OIT. Rio de Janeiro, vol. 28, no 1, janeiro/junho 2006.

MCCORMICK, John. Rumo ao Paraíso: A História do Movimento Ambientalista. Rio de Janeiro: Relume-Dumerã, 1992.

MORIGI, Valdir José; PAVAN, Cleusa. Tecnologias de informação e comunicação: novas sociabilidades nas bibliotecas universitárias. Ci. Inf., Brasília, v. 33, n. 1, Apr. 2004 . Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-19652004000100014&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 20 jun. 2019.

NOVAES, Washington. Agenda 21. In: TRIGUEIRO, André (Org). Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.

ONU. Declaration of the United Nations Conference on the Human Environment. Estocolmo, 1972. Disponível em: http://www.unep.org/Documents.Multilingual/Default.asp?DocumentID=97&ArticleID=1503&l=en. Acesso em: 30 jun. 2019.

OLIVEIRA, Rafael Santos de. A mídia como ator emergente das Relações Internacionais: seu protagonismo no uso do soft power frente aos desafios das mudanças climáticas.Florianópolis: U FSC, 2010. 418 p. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Direito, Centro de Ciências Jurídicas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/94242/284318.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 30 jun. 2019.

SEITENFUS, Ricardo Antônio Silva. Manual das organizações internacionais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1997.

SOARES, Guido Fernando da Silva. A proteção internacional do meio ambiente. Baueri, São Paulo: Manole, 2003.

TELLES, André. A revolução das mídias sociais. Disponível em: http://www.andretelles.net.br/downloads/a-revolucao-das-midias-sociais-andre-telles.pdf. Acesso em: 30 jun. 2019.

VIOLA, Eduardo. A globalização e a política ambiental no Brasil na década de 90. XVIII Encontro Anual de ANPOCS, Caxambú, 1994.

Downloads

Publicado

2020-05-01

Edição

Seção

Artigos Nacionais