A JUDICIALIZAÇÃO DA BIOINVASÃO POR ÁGUA DE LASTRO E POR BIOINCRUSTAÇÃO NO BRASIL: UMA RESPOSTA SUSTENTÁVEL AO COMBATE DA BIOINVASÃO?

Authors

  • Clara Machado Mestrado em direitos Humanos da UNIT
  • Liziane Paixão Silva Oliveira Programa de Mestrado e Doutorado em Direito do UniCEUB
  • Luíz Ricardo Santana de Araújo Júnior Universidade Tiradentes

Abstract

Este artigo analisa o mecanismo de judicialização da bioinvasão por água de lastro e por bioincrustação no Brasil, no intuito de verificar se a intervenção do Poder Judiciário é capaz de evitar e diminuir os danos decorrentes da bioinvasão. A relevância do tema consiste na necessidade de reflexão sobre os impactos da bioinvasão no ecossistema, sendo necessário criar mecanismos de precaução e prevenção para a manutenção da biota nativa e conservação da biodiversidade. A pesquisa utilizou a metodologia jurídico-teórica, com raciocínio dedutivo e técnica de pesquisa bibliográfica e em sites governamentais. Para tanto, fez-se inicialmente uma abordagem conceitual do processo de bioinvasão, para então tratar da  judicialização da bioinvasão por água de lastro e por bioincrustação no Brasil, no intuito de verificar se a intervenção do Poder Judiciário, responsabilizando solidariamente o poluidor e o Estado é capaz de oferecer uma resposta sustentável ao problema da bioinvasão de modo a combater e prevenir a agressão ao meio ambiente.

Author Biographies

  • Clara Machado, Mestrado em direitos Humanos da UNIT

    Doutora e Mestre em Direito pela Universidade Federal da Bahia, Professora do programa de Pós-Graduação em Direito – Mestrado em Direitos Humanos da UNIT. Lider do Grupo de Pesquisa Direitos fundamentais, novos direitos e evolução social - CNPq

  • Liziane Paixão Silva Oliveira, Programa de Mestrado e Doutorado em Direito do UniCEUB

    Doutora em Direito pela Universidade d’Aix-Maeseille III, Mestre em Direito pela UnB, Professora do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito do UniCEUB, Estágio Pós-doutoral na UnB, Bolsista CAPES e FAPITEC/SE,  Líder do Grupo de Pesquisa Novas Tecnologias e o Impacto nos Direitos Humanos – CNPq.

  • Luíz Ricardo Santana de Araújo Júnior, Universidade Tiradentes
    Mestre em Direitos Humanos pela Universidade Tiradentes. Assessor Jurídico do MPU. Estudante Pesquisador do Grupo de Pesquisa Novas Tecnologias e o Impacto nos Direitos Humanos – UNIT – CNPq.

References

AZEVEDO, Antônio Junqueira de. Caracterização jurídica da dignidade da pessoa humana. Revista dos Tribunais. Vol. 797. ano 91. 107-125. São Paulo: RT, mar.de 2002. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67536/70146>. Acesso em 15 de nov. de 2015.

BENJAMIN, Antônio Herman V..Responsabilidade civil pelo dano ambiental. Revista de Direito Ambiental. RDA 9/5. jan-mar. 1998.

BENJAMIN, Antônio Herman V. Hermenêutica do novo Código Florestal. In: Superior Tribunal de Justiça: doutrina: edição comemorativa, 25 anos. Brasília: Superior Tribunal de Justiça, 2014. p.172, disponível em: . Acesso em 15 de abr. de 2016.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 15 de mar. de 2016.

BRASIL. Convenção sobre Diversidade Biológica – CDB. In Legislação de direito internacional. Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Antônio Luiz de Toledo Pinto, Márcia Cristina Vaz dos Santos Windt e Lívia Céspedes. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Política Nacional do Meio Ambiente. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em 10 de abr. de 2016.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Portaria nº 494. Força Tarefa Nacional para Controle do Mexilhão Dourado. Brasília, 22 de dezembro de 2003. Disponível em: <http://www.furnas.com.br/arcs/pdf/MexilhaoDourado/Portaria%20494.2003%20de%2022%20dezembro%202003.PDF>. Acesso em 10 de dez. de 2015.

BRASIL. MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. Ação Civil Pública nº 0151584-90.2015.4.02.5111. Justiça Federal. SUBSEÇÃO JUDICIARIA DE ANGRA DOS REIS/RJ. 2015.

BRASIL. MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. Ação Civil Pública nº 0801783-15.2016.4.05.8500. Justiça Federal. SEÇÃO JUDICIARIA DO ESTADO DE ALAGOAS. 2016.

BRASIL. IBAMA. Relatório de Fiscalização. 29 de mai. de 2013. In Inquérito Civil nº 1.11.000.001138/2010-77. Ministério Público Federal em Sergipe. 195-203 p.

BRASIL. IBAMA. Nota Técnica nº 000024/2014 DITEC/SE/IBAMA. 26 de mai. de 2014. In Inquérito Civil nº 1.11.000.001138/2010-77. Ministério Público Federal em Sergipe. 331-340 p.

BRASIL. IBAMA. Nota Técnica nº 02028.000069/2014-64 DITEC/SE/IBAMA. 16 de out. de 2014. In Inquérito Civil nº 1.11.000.001138/2010-77. Ministério Público Federal em Sergipe. 369-373 p.

CAPRA, Fritjof. A teia da vida. São Paulo: Cultrix, 2002.

CANOTILHO, José Joaquim Gomes. O Princípio da sustentabilidade como Princípio estruturante do Direito Constitucional. Tékhne-Revista de Estudos Politécnicos, n. 13, p. 07-18, 2010.

COUTINHO, Ricardo. Et all. A Avaliação crítica das bioinvasões por bioincrustação. In: A Ressurgência. Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira. n. 7. 2013. 11-22 p.

CREED, Joel Christopher. Laudo Técnico. 16 de set. de 2013. In Inquérito Civil nº 1.11.000.001138/2010-77. Ministério Público Federal em Sergipe. 444 p.

DECKHA, Maneesha. Ensinando ética pós-humanista na faculdade de direito: as dimensões de gênero, cultura e raça na resistência dos estudantes. Revista Brasileira de Direito Animal. v.9. n.15. 2014. Disponível em: <http://www.portalseer.ufba.br/index.php/RBDA/article/view/11306>. Acesso em 15 de nov. de 2015.

DE POORTER, Maj. Menace en mer: les espèces exotiques envahissantes dans l’environnement marin.30 pages. UICN. Génève, Suisse: åtta design sàrl, 2009.

LANDRY, Jean-Sébastien. La bioinvasion: une menace qui nécessite un plan d'action québécois. 62 p. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente). Université de Sherbrooke, Québec, Canada, jun. 2004. Disponível em: .

LATINI, A. O.; RESENDE, D. C.; POMBO, V. B.; CORADIN, L. (Org.). Espécies exóticas invasoras de águas continentais no Brasil. Brasília: MMA, 2016. 791p. (Série Biodiversidade, 39).

MANGELLI, Tárcio Santos; CREED, Joel Christopher. Análise comparativa da abundância do coral invasor Tubastraea spp: (Cnidaria, Anthozoa) em substratos naturais e artificiais na Ilha Grande, Rio de Janeiro, Brasil. Iheringia, Sér. Zool. [online]. 2012, vol.102, n.2, pp. 122-130. ISSN 0073-4721. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0073-47212012000200002>.

IBAMA. Coral-sol é tema de reunião técnica na sede do Ibama. Brasília, 2015. Disponível em: <http://ibama.gov.br/publicadas/coral-sol-e-tema-de-reuniao-tecnica-na-sede-do-ibama>. Acesso em 16 de nov. De 2015.

OLIVEIRA, C. C.. Os limites da implementação da obrigação de reparar e de prevenir danos ambientais causados pela bioinvasão por bioincrustação. Revista de Direito Ambiental, v. 1, p. 173-189, 2015.

ONU. Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de 1982. Convenção de Montego Bay de 1982. Disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Table/Conven%C3%A7%C3%A3o-das-Na%C3%A7%C3%B5es-Unidas-sobre-o-Direito-do-Mar-1982/>. Acesso em 11 de abr. de 2016.

OTERO, M., et all. Surveillance des espèces envahissantes marines dans les aires marines protégées (AMP) méditerranéennes : guide pratique et stratégique à l'attention des gestionnaires. 136 pages. UICN. Mijas,Espagne: Solprint, 2013.

PETROBRÁS. Nota Técnica: Espécies exóticas invasoras. mar. de 2014. In Inquérito Civil nº 1.11.000.001138/2010-77. Ministério Público Federal em Sergipe. 444 p.

SARLET, Ingo Wolfgang e FENSTERSEIFER, Tiago. Princípios do direito ambiental. São Paulo: Saraiva, 2014.

SILVA, Tagore Trajano de Almeida. Direito Animal e ensino jurídico: formação e autonomia de um saber pós-humanista. Salvador: Evolução, 2014.

STEIGLEDER, Annelise Monteiro. Responsabilidade Civil Ambiental: as dimensões do dano ambiental no direito brasileiro. 2. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.

TARTUCE, Flávio. Responsabilidade civil objetiva e risco: a teoria do risco corrente. São Paulo: Editora Método, 2012.

ZANELLA, Tiago Vinicius. Água de Lastro: Um problema ambiental global. Curitiba: Juruá, 2010.

Published

2019-12-30

Issue

Section

Artigos Nacionais